Série Laércio Becker.
A Folha Rubro-Anil encerra a obra de Laércio Becker. Leia
a terceira parte de “A Gramática dos Nomes de Clubes Brasileiros de Futebol”. Se o amigo leitor gostou desta obra, acesse www.webartigos.com/autores/laerciobeckerhotmailcom. Outras obras esperam pela sua leitura.
3. Sintaxe
Vamos
agora falar sobre a organização interna das palavras na composição dos nomes de
clubes. Pelos exemplos que citaremos, veremos que, além do jogo e do
vocabulário, o Brasil importou também a sintaxe.
3.1. Sintaxe inglesa
Comecemos
pela sintaxe inglesa. Mesmo sem um levantamento estatístico, é a que parece
preponderar, provavelmente devido à própria origem do esporte e à sua
divulgação pelos ingleses que se espalharam pelo mundo (Hobsbawm tem uma
passagem interessante sobre isso).
Como é
sabido, na Inglaterra, para “clube de futebol” não se diz “club of football”,
mas se inverte a ordem das palavras, dizendo: “football club”. Daí os
nomes dos times ingleses: Chelsea Football Club, Liverpool Football Club,
Manchester United Football Club etc. “Club football” significaria “futebol de clube”.
No
entanto, incontáveis nomes de clubes brasileiros obedecem a essa sintaxe
inglesa, que inverte a posição das palavras. Alguns, porque foram fundados
diretamente por britânicos e seus descendentes. P.ex., São Paulo Athletic Club
(cf. Mills), Paysandu Athletic Club (cf. Iorio), Rio Cricket & Athletic
Association (cf. Iorio), Santos Athletic Club (cf. Araújo), Britannia Athletic
Club (SP), Scottish Wanderers Football Club (SP).
Outros
porque, embora fundados por maioria de brasileiros, foram liderados por
ingleses ou em ambiente de trabalho de companhias inglesas. P.ex.,
The Bangu Athletic Club (cf. Molinari), Villa Nova Athletic Club (cf. Freitas),
Jundiahy Foot Ball Club e Paulista Foot Ball Club (cf. Lucato).
Inúmeros
outros, mesmo sem raízes inglesas, mas por inspiração nos demais clubes e por
influência da tradição. P.ex., Comercial FC (SP), Campo Grande AC (RJ),
Calouros do Ar FC (CE), Ferroviário AC (CE).
Note-se
que, para a sintaxe inglesa estar presente, nem sequer há necessidade de
utilização de palavras inglesas, como fazem, p.ex., Fluminense “Football Club”
e America “Football Club”. Muitos nomes que inicialmente eram grafados em
inglês depois foram traduzidos para o português com manutenção da sintaxe
inglesa, p.ex., São Paulo Athletic Club e Paysandu Athletic Club, que foram
aportuguesados no léxico, não na sintaxe, para: São Paulo Atlético Clube e
Paissandu Atlético Clube.
Daí a
inegável tradição brasileira de usar a sintaxe inglesa nos nomes dos clubes,
apesar do uso dos termos traduzidos. P.ex., Bonsucesso Futebol Clube, Madureira
Esporte Clube e Olaria Atlético Clube obedecem à sintaxe inglesa. Se fosse na
sintaxe brasileira, seus nomes seriam: Clube de Futebol Bonsucesso, Clube Esportivo
Madureira e Clube Atlético Olaria.
Luiz
Cesar Saraiva Feijó chama isso de “anglicismo de sintaxe”. Segundo o autor,
trata-se de um empréstimo sintático de construção, feito sob a forma de calque,
ou seja, mediante cópia do modelo sintático da língua exportadora.
Em alguns
casos, a tradução vocabular com manutenção da sintaxe inglesa apresenta um
resultado que soa estranho ao ouvido não acostumado. P.ex., o Campos Athletic
Association, de Campos dos Goytacazes (RJ), teve seu nome traduzido para o
português, mas com manutenção da sintaxe inglesa original, o que resultou no
nome atual: Campos Atlético Associação – que parece carecer de concordância
nominal.
Há um
caso bem interessante em que a parcial tradução vocabular (digo parcialmente
porque não aportuguesaram o críquete) foi acompanhada de uma parcial tradução
sintática. É o caso do Rio Cricket & Athletic Association, de Niterói (RJ),
teve seu nome mudado para: Rio Cricket e Associação Atlética – provavelmente
para manutenção da sigla RC&AA. Note-se que, se fosse adotada a solução do
Campos AA, de manutenção total da sintaxe inglesa, o resultado seria talvez:
Rio Cricket e Atlético Associação. Se fosse adotada a sintaxe luso-brasileira,
seria algo como: Associação Atlética e de Cricket Rio.
No Japão,
muitos clubes seguem a sintaxe inglesa, p.ex., Kashima Antlers Football Club,
Yokohama Football Club. Assim também alguns clubes da comunidade japonesa ou
com referências ao Japão, fundados no Brasil, p.ex., Japão FC (SP), Japonez
Football Club (RJ). Mas é claro que há exceções, p.ex., a SE Matsubara (PR),
que segue a sintaxe luso-brasileira.
Entre os
países do Oriente Médio, também parece ser muito comum a sintaxe inglesa.
P.ex., no Líbano, o Nejmeh Sporting Club e o Sagesse Sporting Club; em Israel,
o Beitar Jerusalem Footballl Club, o Hapoel Tel Aviv Football Club e o Maccabi
Haifa Football Club. No Brasil, é o caso do Syrio e Libanez AC (RJ), do Sírio Libanês
FC (GO) e do Israelita SC (PE). No entanto, alguns clubes das colônias
sírio-libanesa e israelita não seguem essa tendência. P.ex., SC Libanês (SP),
SC Sírio (SP) e CA Syrio (SP) seguem a sintaxe alemã; já o carioca Grêmio
Juvenil Kadima (cf. Malamud) prefere a sintaxe luso-brasileira.
De
qualquer modo, o fato de esses clubes das colônias japonesa, sírio-libanesa e
israelita terem uma ou outra sintaxe não significa que tenham se inspirado nos
clubes de seus países, em que o futebol era então incipiente. É muito mais
provável que a inspiração tenha sido obtida aqui mesmo, no Brasil, em que a
tradição futebolística é mais forte.
3.2. Sintaxe alemã
A segunda
sintaxe que observamos nos nomes de clubes brasileiros é a alemã. Assim como no
idioma inglês, em alemão, as palavras “clube” e “futebol” são invertidas em
relação à sintaxe luso-brasileira: é “Fußball Klub” (ou “Fußball Club”, no
freqüentíssimo anglicismo), não “Klub von Fußball”. (Obs.: o sinal ß, o
“Eszett” do alfabeto gótico, é a representação do dígrafo “ss” no idioma
alemão. Não deve ser confundido com o sinal β, o beta do alfabeto grego, de som
equivalente ao “b” do alfabeto latino).
Ao
contrário dos clubes ingleses, que costumam terminar seus nomes com
“Football Club”, os alemães costumam é iniciar os seus com “Fußball
Club” e “Sport Club”, p.ex.: Fußball Club Bayern München (Munique), Fußball
Club Kaiserlautern, Fußball Club Gelsenkirchen Schalke 04, Sport Club
Paderborn. (Às vezes, porém, os alemães também adotam a sintaxe inglesa, p.ex.,
Hertha Berliner Sport Club.) Para ficar mais claro, vamos às fórmulas:
a)
sintaxe inglesa = núcleo do nome + tipo de atividade (“atlético”, “esporte”,
“futebol”) + tipo de entidade (“associação”, “clube”)
b)
sintaxe alemã = tipo de atividade (“atlético”, “esporte”, “futebol”) + tipo de
entidade (“clube”) + núcleo do nome
O melhor
exemplo para ilustrar essa diferença é a comparação de dois clubes distintos
com mesmos elementos essenciais – tipo de entidade (“clube”), tipo de atividade
(“futebol”) e núcleo de nome (“Riograndense”) – mas sintaxes diferentes:
a)
sintaxe inglesa: Riograndense FC – de Santa Maria (RS),
b)
sintaxe alemã: FC Riograndense – de Rio Grande (RS).
Assim
como os ingleses (Freyre), os alemães também têm uma forte tendência ao
associativismo, i.e., à organização em clubes (cf. Fugmann e Tubino). Por isso,
no início da implantação do futebol no Brasil, muitos clubes foram fundados por
imigrantes alemães. Alguns inclusive mantendo o léxico alemão, p.ex., Fußball
Club Porto Alegre (RS). O Fußball Manschaft [equipe ou grupo] Frisch Auf
[sempre avante, vamos lá, mãos à obra], como já dissemos no item 2.2.4, não era
exatamente um clube, mas o departamento de futebol da Sociedade Ginástica
Turnerbund, de Porto Alegre (RS). Mesmo assim, é mais um exemplo de sintaxe (e
léxico) alemã.
Inúmeros
outros clubes brasileiros seguem a sintaxe alemã, mesmo sem adotar o léxico
alemão. Às vezes em virtude da origem germânica de seus fundadores. P.ex.,
Sport Club Rio Grande (cf. Ramos). Outro exemplo: Hans Nobiling, influenciado
pelo Sport Club Germania, de Hamburgo, fundou um clube com o mesmo nome em São
Paulo. Mesmo quando o Germânia teve seu nome alterado em virtude da guerra,
manteve a sintaxe alemã: Esporte Clube Pinheiros. Na sintaxe inglesa, seria
Pinheiros Esporte Clube. Na sintaxe luso-brasileira, seria Clube Esportivo
Pinheiros. Bem cosmopolita o caso do Football Club Riograndense, de Rio Grande
(RS): sintaxe alemã com léxico parcialmente inglês e parcialmente português.
É claro
que há clubes que, não obstante a origem alemã, não adotaram a sintaxe alemã.
P.ex., Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense (RS), Coritiba Foot Ball Club (PR) e
Nacional Atlético Clube, de Rolândia (PR). No entanto, muitos outros a adotam,
com ou sem raízes germânicas que justifiquem isso, provavelmente em razão de
influência ou inspiração em modelos nacionais que haviam adotado a sintaxe
alemã. P.ex., Futebol Clube Santa Cruz (RS), Esporte Clube Cruzeiro (RS),
Esporte Clube São José (RS), Esporte Clube São Luiz (RS), Atlético Clube Paranavaí
(PR), Esporte Clube Mogiana (SP) etc.
3.3. Sintaxe neolatina
Apenas
para fins didáticos, na exposição feita neste estudo, chamo de sintaxe
neolatina aquela em que o nome do clube obedece à organização sintática normal
das línguas neolatinas, como a portuguesa. Não desdenho as diferenças entre as
sintaxes dessas línguas. Só as estou reunindo sob um mesmo título porque, no
que diz respeito ao ponto sob estudo, elas apresentam as mesmas feições.
Pelo
levantamento que fiz, os nomes que seguem a sintaxe neolatina seguem duas
modalidades básicas de estrutura sintática, sendo a primeira a mais comum:
a) tipo
da entidade + tipo de atividade + núcleo do nome;
b) tipo
da entidade + núcleo do nome + tipo de atividade.
Vejamos
primeiramente alguns clubes da colônia italiana que seguem a sintaxe
neolatina (todos na modalidade: tipo da entidade + tipo de atividade + núcleo
do nome):
- AA Firenze (SP),
- Athlético Itália (SP) – em elipse, o tipo da entidade: [Clube] Athlético Itália,
- Centro Recreativo Sportivo Piemonte (SP),
- CA Ítalo-Brasileiro (SP),
- Società Calcista Fiorentina (SP),
- Società Sportiva Palestra Italia (MG e SP).
Isso não
significa que todos os clubes da colônia italiana seguiram essa sintaxe. Há
vários com a sintaxe inglesa, p.ex.:
- Bersaglieri FC (SP),
- Itália FC (SP),
- Italo FC (SP),
- Palestra Italia FC (PR),
- Ruggerone FC (SP),
- Savoia FC (PR).
Há
inclusive com sintaxe alemã, p.ex., o EC Humberto Primo.
Há clubes
dos oriundi cuja sintaxe evoluiu para a neolatina, p.ex.:
- SC Savóia (sintaxe alemã), depois mudou para CA Votorantim (SP),
- Cotonifício Rodolfo Crespi FC (sintaxe inglesa), depois mudou para CA Juventus (SP).
Falando
em Juventus, compare-se o Atlético Clube Juventus (AC), de sintaxe alemã, com o
Clube Atlético Juventus (SP), de sintaxe neolatina.
Ainda
dentro do espectro neolatino, temos poucos times da colônia espanhola.
Tem o Hespanha Foot Ball Club (SP), que depois mudou para Jabaquara AC (SP),
mas manteve a sintaxe inglesa. Tem também o EC Galícia (BA), de sintaxe alemã.
Não lembro de time dessa colônia com a sintaxe neolatina.
Entre os
clubes fundados por afrodescendentes, George Reid Andrews cita a AA São
Geraldo (SP) e o Clube Cravos Vermelhos (SP), que depois mudou de nome para CA
Brasil. Como se vê, os três nomes seguem a sintaxe neolatina.
Quanto
aos clubes da colônia portuguesa com sintaxe neolatina, temos os
seguintes (obs.: mantida a ortografia exatamente como consta nos livros):
a) tipo
da entidade + tipo de atividade + núcleo do nome:
- AA Luzíadas (SP),
- AA Portuguesa (RJ),
- AA Portuguesa (SP),
- CR Vasco da Gama (RJ),
- Grupo Desportivo Musical Luso-Brasileiro (SP),
- União Esportiva Portuguesa (AM);
b) tipo
da entidade + núcleo do nome + tipo de atividade:
- Associação Portuguesa de Desportos (SP),
- Associação Portugueza de Futebol (SP);
c) tipo
da entidade + núcleo do nome (omite o tipo de atividade):
- Associação Portuguesa Londrinense (PR),
- Tuna Luso Brasileira (PA).
Mas
também há clubes luso-brasileiros com sintaxe inglesa, p.ex., Luso SC (AM e CE)
e Portuguesa FC (CE). E até alemã, p.ex., o SC Luso Brasileiro (MA).
Interessante
a comparação da sintaxe de três clubes cujo nome possui o mesmo núcleo,
“Luzitano”:
a)
sintaxe neolatina: AA Luzitano (SP),
b)
sintaxe inglesa: Luzitano FC (SP),
c)
sintaxe alemã: SC Luzitano (SP).
Já entre
os demais clubes brasileiros, temos incontáveis exemplos de nomes que seguem a
sintaxe neolatina:
a) tipo
da entidade + tipo de atividade + núcleo do nome:
- AA Internacional (SP),
- AA Ponte Preta (SP),
- AD Leônico (BA),
- CA Paulistano (SP),
- CA Taquaritinga (SP),
- CF Amazônia (RO),
- CF Zico (RJ),
- Clube Recreativo e Atlético Catalano – Crac (GO),
- CR Flamengo (RJ),
- GE Brasil (RS),
- SER Caxias (RS),
- União Recreativa dos Trabalhadores – URT (MG);
b) tipo
da entidade + núcleo do nome + tipo de atividade:
- Associação Ferroviária de Esportes (SP),
- Associação Portuguesa de Desportos (SP).
A
propósito, a mesma sintaxe dos idiomas neolatinos, pelo menos no que diz
respeito aos nomes dos clubes, é seguida pelos clubes da colônia polonesa.
Refiro-me aos clubes esportivos da colônia polonesa em Curitiba, sendo que o
Junak teve várias “filiais” abertas em cidades do interior do Paraná.
O mais
antigo desses clubes foi a Towarzystwo [sociedade, companhia] Gimnastyczne
[ginástica] Sokol [Falcão], fundada em 1898. Note-se que a tradução segue
exatamente a sintaxe luso-brasileira: Sociedade de Ginástica Falcão.
O segundo
clube foi a Sociedade Esportivo-Ginástica Strzelec [O Atirador], fundada em
1922. Em 1925, mudou de nome para Towarzystwo [sociedade] Wychowania [educação]
Fizycznego [física] Junak [juvenil, audaz, destemido]. Em 1938, esse clube
mudou de nome mais uma vez, para sua exata tradução: Sociedade de Educação
Física Juventus.
Como se
vê, todos esses nomes seguem, como dissemos, a sintaxe neolatina.
3.4. Uma sintaxe amazônica?
Nessa
minha pesquisa sobre a sintaxe dos nomes de clubes brasileiros de futebol,
encontrei uma construção um tanto diferente das que foram acima analisadas. Os
exemplos falam por si:
- Atlético Barés Clube (AM),
- Atlético Clíper Clube (AM),
- Atlético El-Dorado Clube (AM),
- Atlético Guanabara Clube (AM),
- Atlético Rio Negro Clube (AM),
- Atlético Rio Negro Clube (RR),
- Atlético Progresso Clube (RR),
- Atlético Roraima Clube (RR).
Vamos
fazer a comparação das sintaxes, tomando o exemplo do Clíper. Se adotasse a
sintaxe inglesa, seu nome seria Clíper Atlético Clube. Se adotasse a alemã,
Atlético Clube Clíper. Pela luso-brasileira, Clube Atlético Clíper. A sintaxe
adotada por ele, como se vê, não é nenhuma dessas.
Em
pesquisa no livro de José Renato Santiago Jr., na Enclopédia Lance, no Arquivo
de Clubes, em números especiais da Placar e em outras fontes, só encontrei
clubes nesses dois Estados. Nada no Acre, Amapá, Pará ou Rondônia. Melhor
dizendo, apenas uma exceção a confirmar a regra, o Atlético Brasil Clube, de
Paraguaçu Paulista (SP) – provavelmente para que as iniciais fossem “ABC”.
Qual a
origem dessa sintaxe? A conferir.
4. Para finalizar
Ao fim
deste estudo, podemos concluir que, de fato, os nomes dos clubes de futebol
apresentam características morfológicas e sintáticas que merecem uma análise
mais aprofundada. Há padrões, seja na escolha das palavras, seja na sua
organização.
Esses padrões são identificáveis e podem traduzir não só as idéias
gerais que norteiam a fundação desses clubes mas, a rigor, as próprias
ideologias e mitologias que cercam o universo cultural e histórico do futebol. Nomen
est omen! Por isso, um estudo nesse sentido certamente constituiria parte
de uma abordagem mais ampla do que podemos chamar de “semiologia” (lato
sensu) dos clubes brasileiros de futebol.
Mãos à
obra! – ou melhor, em se tratando de futebol, seriam “pés à obra”. Se, como
diria Lao-Tzu, “a viagem de mil milhas começa diante dos teus pés”, é
justamente nesse mesmo lugar, do primeiro passo, que pode haver uma bola.
Quicando...
Laércio Becker.
Nenhum comentário:
Postar um comentário