George Joaquim.
O amigo André Queiroz, administrador do Blog “Fanáticos Pelo Cesso” solicitou
uma matéria sobre o Estádio do Bonsucesso, atualmente batizado de Leônidas da
Silva e também conhecido como o Estádio da Av. Teixeira de Castro. A pesquisa
sobre o assunto resultou a publicação na coluna “Opinião e História” que assino
para o “Fanáticos” e um link
permanente na página principal do Blog. Hoje estarei publicando esta matéria
com mais imagens para atender os amigos leitores da Folha Rubro-Anil.
Os
caminhos para se chegar ao campo do Bonsucesso já foram tortuosos, com muita
poeira e terra. E se chovesse, muita lama. Mas a história de superação do mais
querido do subúrbio da zona norte, também passa por uma evolução de seu
campo.
Desde
1913, o Bonsucesso Futebol Clube busca um campo capaz de abrigar com conforto,
segurança e boa visibilidade os seus torcedores fanáticos. E conseguiu. O
estádio cresceu com o clube. O clube que partiu do subúrbio para a cidade e da
cidade para o Brasil incentivou investimentos para a sua casa. A ordem de
grandeza foi estabelecida, do campo para o estádio, da madeira para o concreto.
O
Cesso iniciou suas atividades jogando onde existe hoje a “Praça das Nações”,
terras pertencentes ao antigo Engenho da Pedra. O primeiro jogo dos bravos
rapazes fundadores foi nessas terras em 17/10/1913. O jogo foi contra o
Riachuelo e o Cesso venceu por 3 a 1.
A 1ª Equipe do Bonsucesso . Infelizmente não há identificação na fonte.
Foto: Revista Rubro-Anil nº 5 de 1938.
O
1º campo oficial foi na Rua Uranos, inaugurado em 03/02/1918. A derrota para o
River por 4 a 3 na inauguração não foi um freio para as pretensões do
Rubro-Anil. Neste ano o nosso clube foi Campeão da segunda divisão da Liga
Suburbana de Futebol.
O 2 º campo oficial
foi na Avenida dos Democráticos, inaugurado em 03/05/1927. O jogo principal,
comemorativo, foi com o Olaria. O Cesso venceu o vizinho por 4 a 1. O 2º jogo
da festa foi com o São Cristóvão e o Flamengo. Os Cadetes venceram os Rubro-Negros
por 4 a 2. Em 1927 o Bonsucesso foi Campeão da segunda divisão com uma
espetacular campanha, vencendo todos os jogos do campeonato. Infelizmente neste
ano não houve acesso para a 1ª divisão.
Escola de
Instrução Militar do Bonsucesso formada diante da arquibancada social. Foto:
Revista Rubro-Anil nº 7 de 1938.
As atividades
esportivas do novo campo foram curtas. O 3º campo oficial, de 102 metros de
comprimento e 70 de largura, é o que existe até hoje. Segundo Laércio Becker no
seu artigo “O Rubro-Anil da Leopoldina”, o novo campo da antiga Estrada do
Norte foi inaugurado em 1929 para a disputa da 1ª divisão, alcançada pelo
Bonsucesso ao ser Tricampeão da segunda divisão em 1928. A vida de suburbano
não é mole! O Bonsucesso precisou ser Tricampeão para ter o direito de assento
à mesa da elite esportiva carioca. A Revista Rubro-Anil, Edição nº 1 de maio de
1938, informa que a 1ª partida oficial da Estrada do Norte foi 28 de abril de
1929 contra o Vasco da Gama. Os vascaínos venceram por 2 a 1. A 1ª vitória do
Cesso no novo campo foi contra o Bangu por 2 a 1 em 26/05/1929. Todas as duas
partidas foram válidas para o Campeonato Carioca da AMEA.
Vista parcial
da arquibancada social do Bonsucesso separada por uma pista de 2,40 (metros)
entre o campo e a cerca interna. Foto: Revista Rubro-Anil nº 2 de 1938.
O
progresso avança para o estádio e no dia 29 de junho de 1947, o Presidente do
Bonsucesso Dr. Floriano de Góes (foto ao lado), entrega à torcida a nova arquibancada social
de concreto. Uma grande festa marcou esse dia com a realização de três jogos. O
primeiro foi um encontro de Vasco e Flamengo na categoria aspirante.
Infelizmente não há divulgação do placar da fonte pesquisada. O segundo jogo
foi o amistoso festivo entre Bonsucesso e Madureira. No Clássico Suburbano
vitória do Cesso por 3 a 2. O terceiro jogo foi o amistoso envolvendo Botafogo
e Fluminense que resultou no placar de 5 a 5.
A
Estrada do Norte mudou de nome para Av. Teixeira de Castro. O Dr. Teixeira de
Castro foi um dos três primeiros beneméritos do clube. O Estádio do Bonsucesso,
também conhecido como Estádio da Av. Teixeira de Castro, teve a 1ª iniciativa
de nominá-lo com um grande benfeitor do Clube em 1948. O escolhido foi o Grande
Benemérito Domingos Vassallo Caruso, empresário do ramo de cinemas no Rio de
Janeiro e que muito fez para o engrandecimento de nosso clube. Seu nome foi
escolhido para batizar o estádio por iniciativa de um grupo de sócios e conselheiros
que encaminharam o pedido para aprovação do Conselho Deliberativo. O Presidente
da Federação Metropolitana de Futebol, Dep. Vargas Netto, apoiou a indicação
através de uma crônica publicada na Revista Bonsucesso de junho de 1948.
À esquerda, a crônica do Presidente da Federação Metropolitana de Futebol, Dep. Vargas Neto, apoiando o nome de Domingos Vassalo Caruso, matéria à direita, para batismo do Estádio do Bonsucesso. Imagens da Revista do Bonsucesso, Edição junho de 1948.
Na
década de 60 o estádio do Bonsucesso foi considerado por Adolpho Schermann (leia matéria no canto direito do blog) como
um dos melhores da cidade, em razão do mesmo apresentar cobertura na social,
instalações elétricas, gerador próprio, alambrado, vestiários amplos e
arejados.
Sem as cadeiras, amplo espaço para a torcida. Foto: arquivo.
Com
capacidade para 10 mil pessoas, antes da colocação das cadeiras do Maracanã,
outro nome foi dedicado ao estádio rubro-anil. Provavelmente por razão da morte
de um ex-presidente, o estádio passou por um novo batismo e muda de nome para
Rubens de Araújo Reis, falecido em 1983. Nos últimos anos um novo batismo e
dessa vez homenageando o craque Leônidas da Silva, falecido em 24 de janeiro de
2004.
Homenagem da Revista do Bonsucesso nº 1 de 1983 ao ex-Presidente.
Em 2012, depois de prestar relevantes serviços ao esporte por 83 anos, um dos mais antigos estádios e patrimônio histórico do subúrbio do Rio de Janeiro, é alvo de interdição da Federação de Futebol de nosso estado para realização de partidas válidas da Série A. A remodelação com as cadeiras do Maracanã, ampla reforma e colocação do novo alambrado, não foram fatores suficientes para a sua liberação junto a Federação.
Palco de
emoções no futebol. Foto: Arquivo.
Abração a todos.
Fontes: “O Rubro-Anil da
Leopoldina”, artigo de Laércio Becker; FFERJ; Site rsssfbrasil.com; Acervo particular.
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