domingo, 12 de fevereiro de 2012

Domingo Com H: Bonsucesso, o Rubro-Anil da Leopoldina.

Viajando pela net descobri uma obra dedicada em expor a história do Bonsucesso Futebol Clube e a Zona da Leopoldina do subúrbio carioca. Laércio Becker tem no site webartigos.com um texto publicado sob o título “Bonsucesso, o Rubro-Anil da Leopoldina”. 

Não se trata de um simples texto, mas de uma pesquisa sobre essa região que tem as sedes de dois tradicionais clubes do futebol carioca, Bonsucesso e Olaria.

Nessa pesquisa há novos dados da história de nosso querido clube que não constam no site oficial. Junto ao texto acrescento a foto de um de nossos fundadores, Alamiro de Castro Leitão, que também foi atleta da equipe principal do Bonsucesso nos anos 30.

Sejam bem vindos à história do mais querido da Leopoldina!


"Bonsucesso, O Rubro-Anil da Leopoldina."
Artigo de Laércio Becker.

O primeiro impulso é dizer que a origem do nome “Bonsucesso” está em Nossa Senhora do Bonsucesso, santa de grande devoção no bairro. Ou na Fazenda Nossa Senhora do Bonsucesso (antiga Fazenda do Engenho da Pedra, pertencente à sesmaria de Inhaúma), que ia de Manguinhos à Penha, passando por Bonsucesso, Ramos e Olaria.
No entanto, segundo Brasil Gerson, a devoção foi decorrência do nome do bairro, não o contrário. Para ele, quem trouxe esse nome pela primeira vez para a região foi D. Cecília Vieira de Bonsucesso. Ela ficou famosa por ter, em 1754, reformado e embelezado uma capela erguida em 1738, por um devoto de Santo Antônio. Depois disso, os canaviais das redondezas passaram a ser conhecidos como “os campos de Bonsucesso”. Daí em diante, virou o nome do bairro, da estação da Estrada de Ferro Leopoldina e, é claro, do Bonsucesso Futebol Clube.
O Bonsucesso foi fundado, em 12.10.1913, por um grupo de garotos de 12 a 16 anos, liderados por Altamiro de Castro Leitão, na casa do pai dele, Francisco da Silva Leitão (que acabou aderindo à idéia e se tornou o primeiro presidente do clube), que ficava no nº 574 da Estrada da Penha – atual Avenida dos Democráticos (por solicitação do clube de mesmo nome, sobre o qual falamos em nosso artigo “Influências carnavalescas no futebol carioca”) e Rua Cardoso de Morais (médico e poeta).
 Revista Rubro-Anil, Ed. Dez/1938. Acervo George Joaquim.
Sua partida inaugural foi cinco dias depois, uma vitória de 3x1 sobre o CA Riachuelo. Mandava seus jogos nas terras do antigo Engenho da Pedra e arredores, que o engenheiro Guilherme Maxwell havia adquirido para urbanização e loteamento. Mais especificamente, na região em que seriam construídas a Praça das Nações e a Estação Bonsucesso, da então The Leopoldina Railway (Estrada de Ferro Leopoldina, a partir da década de 1940).
Segundo o site do clube, seu primeiro campo oficial foi na Rua Uranos, inaugurado em 03.02.1918, numa derrota de 3x4 para o River FC, arbitrado por Máximo Martins. Seu segundo campo, na Av. dos Democráticos, inaugurado em 03.05.1927. Na preliminar, o time da casa goleou o Olaria AC por 4x1. No jogo principal, o São Cristóvão ACaplicou um 4x2 no CR Flamengo.
Em 1931, o clube deu início a um projeto: montar um time imbatível e, para isso, dar todas as condições necessárias. O homem forte do clube era Juan Manuel Cabalero, um uruguaio radicado no Rio, e o diretor de esportes era Aníbal Bastos. Para o time, conseguiu um jovem que estreara no ano anterior, pelo Syrio e Libanez AC, clube que foi desligado da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (Amea): Leônidas da Silva, o famoso Diamante Negro. Para técnico, outro novato: Gentil Cardoso, também do Syrio. Quando a maioria dos clubes ainda era reticente na aceitação de jogadores afro descendentes, o surpreendente Bonsucesso de 1932 tinha sete negros em campo e Gentil no comando.
Quanto à infra-estrutura para esse projeto, o Bonsucesso se mudara para uma sede mais ampla e moderna, com um campo melhor, que inaugurou em 1929, no nº 54 da Av. Teixeira de Castro (nome de um médico que era dono de uma farmácia (sic) no Largo de Bonsucesso, foi benfeitor do bairro e amigo do clube; curiosidade: a sala de troféus do Fluminense se chama Afonso Teixeira de Castro, que foi atleta e dirigente do tricolor), antiga Estrada Nova do Engenho da Pedra. Ali, construiu um estádio todo em concreto, considerado por Adolpho Schermann, ainda na década de 60, um dos melhores da cidade: com cobertura nas sociais, instalações elétricas, gerador próprio, alambrado, vestiários amplos e arejados. Anos depois, foi batizado como Estádio Leônidas da Silva, em homenagem à maior revelação de toda a história do clube. Sua capacidade, inicialmente para 10 mil torcedores, já comportou 15 mil e atualmente é de 2 mil (cf. Cadastro Nacional de Estádios de Futebol, da CBF, de 2009). Além do estádio, a sede do clube conta com uma piscina, uma academia de artes marciais e uma boutique, em que é possível adquirir camisas e calções do Rubro-Anil – expediente: de 3ª a sábado, das 9:00 às 18:00.
O Bonsucesso é conhecido como grêmio leopoldinense. Ou simplesmente Leopoldino, a mascote criada pelo cartunista argentino Lorenzo Molas, na década de 1940 (ver o capítulo “Primeira mascote”, em nosso livro Do fundo do baú). “Seu” Leopoldino, um distinto cavalheiro de terno, gravata, cartola e guarda-chuva, era uma personagem que buscava retratar uma espécie de torcedor-símbolo do clube. Nas palavras do rubro negro José Lins do Rego (apud Coutinho), “é homem de bem, de boa consciência, de bom proceder”, e que “um dia terá sua grandeza”.
Falando em Leopoldino, os jogos com o Olaria são conhecidos como “Clássico Leopoldinense”. A própria região em que ficam ambos os clubes é conhecida como Zona da Leopoldina. Das quinze estações da EF Leopoldina até Gramacho, dez compõem a Zona da Leopoldina, de Manguinhos a Vigário Geral, passando por Bonsucesso e Olaria. E com estações bem próximas a ambos os clubes: Estação Bonsucesso e Estação Pedro Ernesto, respectivamente.
Por que Leopoldina? O famoso Samba do crioulo doido, de Sérgio Porto, diz que “Dona Leopoldina virou trem”. Noronha Santos e Charles Dunlop dizem que foi uma homenagem à Princesa Leopoldina, filha de Pedro II. Outros, contudo (Rodriguez, Gerodetti, Cornejo, Campos e Silva), dizem que o nome decorre, na verdade, da cidade mineira de Leopoldina, por onde passava o primeiro ramal da estrada de ferro.
Fonte: Webartigos.com

Abração a todos.

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